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Em busca da verdade

Aristóteles define a verdade da seguinte forma: "saber o que é naquilo que é, saber o que não é naquilo que não é" Por exemplo: se digo que o professor de matemática sabe matemática e, por isso, só diz a verdade. O que disse é verdade? Claro que não, pois, disse o que é: professor de matemática, mas também afirmei como sendo algo não real como se fosse real, acrescentei uma qualidade que não existe como se existisse. É o que foi que acrescentei? O fato de o professor sempre dizer a verdade ( um não verdade) pelo simples fato ( uma verdade) de saber matemática. As crianças sabem muito bem isto quando falam para um amigo: você está inventando. Em, O Livro Dos Médiuns, está escrito: "o Espiritismo não veio trazer a verdade, mas está sempre em busca da verdade" é uma afirmação que parece surpreendente quando mal interpretada. Muitos após a lerem chegaram à conclusão que a verdade não existe ou que existe, mas ninguém a encontrou e, assim, está sempre buscando a verdade. É preciso muito cuidado com as afirmações que nos surgiram da reflexão pouco cuidadosa e apressada. Aquela reflexão que aparece um segundo e meio após termos lido algo. Quando Allan Kardec afirma que o Espiritismo não veio trazer a verdade é por que suas afirmações não são novidade. A crença na reencarnação, a verdade da fé e da caridade, a comunicação com os mortos, tudo isto não foi trazido pelos espíritos superiores, tais verdades já estavam distribuídas na crença de muitos povos. O próprio Cristo nos  afirmou: ninguém verá o Reino de Deus se não nascer de novo (reencarnacão) Percebemos, portanto, que o Espiritismo não veio trazer verdades, a verdade não é um copo de água que se traz à alguém que está com sede e, certamente,  ninguém precisa inventar um copo ou a água para se levar a alguém, pois a água já existia muito antes do ser humano habitar a Terra. São considerações um tanto óbvias e que, por isso, servem de exemplo para que entendamos a verdade e a sua busca. Se alguém diz que busca a verdade, o que poderemos concluir? Primeiro que a verdade existe, pois, se não existisse a verdade seria esquisitíssimo esforçar-se na busca da verdade. Não se busca o que não existe. Segundo: que pelo menos alguém já possui alguma verdade. Se ninguém possui uma verdade, pelo menos uma, então, como saber que ela existe? Por que buscar algo que ninguém nunca viu? Como saber que a verdade existe se ninguém nunca esteve com ela? Como saber que a encontrou ao se deparar com a verdade? Você perguntará: bom dia, por acaso, você é a verdade? Evidentemente, o Espiritismo já possui muitas verdade, assim como o catolicismo, o protestantismo, o Islamismo e as várias ciências e filosofias. É uma verdade que nem todos concordam com a definição de verdade dada por Aristoteles, mas o que isso importa? Não muda o fato de existir a verdade e se a verdade não existisse não poderíamos nem abrir a boca para pedir um copo de água. Seria verdade que você está com sede ou quer tomar água? Percebemos a incoerência de se dizer que a verdade não existe? Se a tua esposa ou namorada perguntarem a você: meu amor, é verdade que você me ama? Experimente dizer que não pode responder tal questão, porque a verdade não existe. Faça esta experiência e veja os resultados. Comece a duvidar do amor que sua mãe tem por você e verá como é bom viver sem acreditar que a verdade existe e que você já tem muitas verdades na sua vida. Muitos dizem: a verdade absoluta não existe ou toda verdade é relativa. Outros nos dirão que a verdade apenas diz respeito a cada um e que a verdade depende da cultura. São colocações muito apreciadas nas faculdades, entre os mestrandos, doutorandos ou qualquer um queira parecer moderno ou goste de se apresentar como muito inteligente. São considerações muito ao gosto de quem se encontra em situação favorável. Existem correntes da filosofia existencialista que acreditam que o cada um de nós inventa a verdade ao seu se gosto, que afinal a verdade não existe. O problema é que verdade aparece para estes filósofos quando estão reivindicando seus direitos, quando sofrem uma injustiça ou acreditam ter sofrido, então, tudo se torna verdade absoluta, são invadidos por uma tempestade de convicções inabaláveis e nada relativas. Muitos acreditam que para saber a verdade seria necessário que soubéssemos a verdade suprema, que penetrássemos a mente de Deus. Que fôssemos capaz de saber o que foi, o que é, e o que será. Reivindicam a si mesmos o direito e a necessidade se saber "a verdade suprema" Mas de onde tiraram isso? Por que teríamos que saber tudo de uma coisa para saber a verdade dessa coisa? Se eu sei que minha mãe me ama, tenho que saber o que ela é em sua essência? Por que tem amor por mim? Quando começou a me amar, onde, como, por que? Não seríamos semelhante à vizinha fofoqueira que "tem" de saber tudo a respeito de todos? De tudo o que escrevi pude perceber uma verdade bem simples: para se dizer coisas com pouco sentido, basta que estudemos um pouco, mas as grandes bobagens apenas surgem após muito estudo e reflexão, ao menos parece que é assim em nossas universidades e ao conversarmos com nossos grandes filósofos.

João Senna: Médico, escritor, palestrante

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